sábado, 8 de fevereiro de 2014

O que é magia?

Onde definimos magia, mago, Deus, religião, explicamos as forças que sustentam os universos e ensinamos como dar um soco na cara da realidade sem ser incriminado por lesão corporal



“Magia é o ato de evocar poderes e mistérios Divinos e colocá-los em ação, beneficiando-nos ou aos nossos semelhantes.” - Rubens Saraceni


“Magia é a ciência exata e absoluta da natureza e de suas leis.” Eliphas Levi (1810 – 1875) – História da magia



"Magia é a ciência do controle das forças secretas da natureza.” - S.L. Macgregor Mathers



“Magia é a aplicação da vontade humana, dinamizada, à evolução rápida das forças vivas da natureza.” Papus – Tratado Elementar de Magia Prática



“Magia é a ciência e a arte de usar os poderes invisíveis para produzir fenômenos visíveis.”H.P.Blavatsky



"Magia é a ciência e a arte de causar mudanças de acordo com a vontade.” - Aleister Crowley



Talvez esta seja a questão mais dispensável deste blog. Se você o esta lendo, é porque já tem seu próprio conceito de magia (ou não) e está apenas em busca de conhecimentos práticos. Os livros a respeito são cheios de teoria  e  descrição  de  experiências  místicas  para engrandecer  seus  autores,  mas  poucos  colocam ensinamentos práticos no foco principal. Criar um séquito de admiradores pode ser mais tentador do que dar a tais possíveis  admiradores  ferramentas  que  possam  fazê-los inclusive  superar  os  autores  dos  livros no  caminho  da magia.

Porque então me proponho  a  responder  a  uma questão  aparentemente  tão  irrelevante? 

Por  um  motivo simples: nem sempre as pessoas tem uma visão clara da magia quando pretendem estudá-la ou praticá-la.

Quando  algo  extraordinário  acontece  muita  gente tem o costume de dizer que “parece magia”. Magia no senso comum é aquilo que vai contra o que é esperado da realidade  prática,  aquilo  que  dá  um  coice  na  realidade instituída.

Podemos  dizer  que  três  forças  diferentes conjugam-se  para  equilibrar  a  realidade:  as  forças exteriores  de  manutenção  do  universo,  que  é  Deus,  os deuses, os padrões eternos, o grande arquiteto, ou seja lá qual  nome  você  deseje  dar.  A força  da  realidade consensual, ou seja, o chamado inconsciente coletivo, que é uma espécie de fusão da noção de realidade de todos os seres e os paradigmas de realidade individual.  Colocando de forma simplificada: A mente suprema, o conjunto dos seres sencientes e as mentes de cada indivíduo.

Entender estas três forças é essencial para você não se  confundir  e  fazer  um  samba  do  crioulo  doido  e prejudicar-se ao invés de evoluir na senda mágica. Existem tradições que desprezam alguma das três forças: algumas religiões  procuram  suprimir,  ou  até  mesmo  oprimir  os paradigmas individuais, elas pregam que apenas as forças supremas,  ou  seja,  Deus,  importam.  Nós  somos  seres miseráveis sem qualquer poder cuja única possibilidade de salvação  é  nos  religarmos  com  tal  força  suprema,  fora disso, estamos ferrados.

A  revolta  contra  tal  paradigma  criou  uma  linha oposta,  e  igualmente  maléfica,  aquela  que  prega  que apenas o paradigma individual conta, sua mente é tudo, o que está fora dela não interessa.  Alguns usam o velho bordão do Caos “nada é  verdadeiro. Tudo é permitido” como forma de impor tal linha de pensamento.  É uma distorção do brocardo caótico, que será analisado mais à frente  em detalhes. O que interessa neste ponto é deixar claro  que  negar  uma  força  externa  à  nossa  mente  que contribui para a sustentação da realidade  gera inúmeros prejuízos ao caminho do magista, uma vez  que lhe tira alguns  referenciais  indispensáveis  e  nega  inclusive  o caráter ascensional da magia.

Pensemos se não existe nada exterior à nossa mente que sustenta a realidade, como a realidade era sustentada antes de existirmos?  Que mente a sustentava?  Se nada, absolutamente nada é verdadeiro, se eu decidir que a lei da gravidade não existe os planetas se chocarão uns com os outros ou cairão no espaço infinito? Como vemos, é uma posição tão frágil que não resiste a um único argumento. Claro, você pode decidir ignorar tais forças exteriores em suas práticas mágicas e se limitar apenas à sua mente, mas a  despeito  disto  os  planetas  continuaram  belos  e majestosos em suas respectivas órbitas até a ordem dos tempos decida o contrário, e não sua mente limitada.  Existem ainda quem use o mesmo bordão caotista para negar até mesmo a força do inconsciente coletivo. “Nada  é  verdadeiro,  minha  mente  tudo  pode  moldar” alegam estes. Ora, considerando que existem mais de sete bilhões de pessoas vivem sobre este planeta, querer que sua  mente  mande  em  absolutamente  tudo  é  subestimar todos os outros inquilinos de Gaia. Será  que as mentes dos outros  sete  bilhões  vão  simplesmente  ficar  estáticas enquanto eu moldo o  universo inteiro à minha vontade?

Seria até legal que o fizessem, mas  é mais sensato não contar com isto. Enfim,  existe  uma  realidade  instituída,  e  ela  se constrói  a  partir  da  interação  das  três  forças  relatadas. Destas, a primeira absorve tudo, para a energia super emanada  é  impossível.  A  segunda  é  limitada,  sendo  o  inconsciente coletivo uma espécie de soma das realidades individuais, ele se altera de acordo com o tempo, o lugar e a cultura, sendo maleável  e inconstante. A última força, nossa mente, também é ilimitada, pois é feita à imagem e semelhança da fonte suprema, somos os deuses de nosso próprio  universo,  podemos  moldar  nossa  realidade individual à nossa vontade, sim “nada é verdadeiro. Tudo é permitido” na medida em que minha mente pode voar para onde eu deseje, nada é capaz de aprisioná-la ou suprimi-la se os instrumentos corretos para o seu despertar forem utilizados. Deixando claro que o princípio caótico é sábio e  correto,  sendo  desprovida  de  sentido  apenas  a interpretação que alguns praticantes dão a ele.

Como vivemos em grupos, a realidade consensual de nossa sociedade  nos  diz  o  que  é  possível  e  o  que  é impossível.  A força suprema não se prende a ela, nem a nossa  mente.  Quando  nossa  mente  se  choca  com  a realidade  consensual  ela  pode  se  dobrar  e  aceitar   a verdade de todo mundo ou dar um tapa na cara da mesma e fazer algo que ela diz que é impossível.  Isto se chama magia. Quando a praticamos, chegamos mais próximos da força suprema ilimitada.  Então qualquer um pode ser magista, é só fazer algo que  as  pessoas  acham  impossível?  A  questão  é  mais profunda do que isto. Um milagre, uma cura espiritual, um servidor ou um sigilo, tudo se enquadra no conceito de magia, mas não é porque realizamos tais efeitos que nos tornamos magistas. O mago é aquele que faz isso sabendo que está fazendo, sabendo quais mecanismos estão sendo movimentados. O que não significa que alguém que o faz sem saber não possa ascender, tal critério é estabelecido apenas como uma forma didática de classificar magistas e não magistas, sem desmerecer o caminho de nenhum dos grupos.



Se  você  realiza  um  milagre,  mas  sua  mente  é condicionada a achar que só a força suprema pode realizar aquilo através de você e que sua mente sozinha não tem poder nenhum para realizar nada, você é apenas religioso. Se  você  não  é  religioso  mas  consegue  lançar  um  mal olhado ou curar alguém por imposição de mãos mas não conhece que mecanismos levam a isto, você é um leigo.  É neste ponto que entra o ocultismo. Ocultismo é o estudo das leis ocultas do universo, seus mecanismos e funções.  Então todo mago precisa ser um ocultista. Ou seja, além de dar tapinhas na cara da realidade consensual, ele precisa conhecer as leis que regem estes tapas.  Se você estuda estas leis mais não pratica, você é apenas ocultista, ou estudioso da magia e do oculto. Se você estuda, pratica e consegue efeitos práticos, você é um mago. Então,  venha para o barco e ajude a remar, que a viagem é longa.

Texto originalmente escrito por Ian Morais.

2 comentários:

  1. Muito bom cara....
    Gostei muito de como colocou sua definição de magia.

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    1. Muito obrigado mano ^^

      Apesar de que esse pensamento é compartilhado pelo Ian Morais, a ideia original é dele!

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PAZ E LUZ MEU AMIGO!!