Recentemente vi em alguns grupos na internet vários
debates sobre a visão e o trabalho que a Golden Dawn se propõe realizar sobre o
ego.
Ao perguntar o que fazemos com o nosso ego, é
precisar esclarecer que existe duas posições que para efeitos práticos podemos
chamar de tradição oriental mística, e a outra é da tradução mística ocidental
esotérica.
Nas tradições místicas orientais, se concebe que
nossos egos, nos atam a Maya – que é o mundo da ilusão – impedindo-nos de contemplar
o mundo espiritual interno, que é a nossa única realidade. Nosso Eu superior,
não pode então contemplar esta realidade espiritual por que é assassinada por
nosso ego, que nos encadeia nesta ilusão do mundo físico. Assim, é necessário
assassinar o nosso ego, para que nosso Ser Superior posso ver a realidade
intima em nosso âmago do mundo espiritual.
Já na tradição esotérica ocidental em geral, e na
Golden Dawn em particular (lembremos que a Ordem Hermética da Golden Dawn é em
nossos tempos – e desde que viu a luz pela primeira vez – é a principal guardiã
da tradição ocidental esotérica), não se pensa que o ego deva ser eliminado. Em
vez disso, o que deve ser procurado é isolar os diferentes aspectos do self,
separados, fomentando apenas os aspectos positivos que encontremos e aperfeiçoar
aqueles que não correspondem ao nosso Eu Superior.
Israel Regardie, um importante expoente da tradição
da Aurora Dourada, expressa essa ideia de uma forma muito simples e clara:
“O objetivo que perseguimos no Ocidente não é
liberar o nosso ego, mas aperfeiçoá-lo para estar em harmonia com o nosso Eu
Supeior”
Desde o ponto de vista da Kabballah Hermética
perpetuada pela Golden Dawn, e praticada em seu sistema, podemos explicar o
exposto anteriormente nos seguintes termos:
A Nepshep – que corresponde com Malkuth (fornicária
noturna, a virgem sem redenção)- deve desposar-se com a Ruach que é o filho do
Pai de todos – se corresponde com Tiphareth (o noivo celestial)-, isto é, deve
lograr-se a “conversação com o Sagrado Anjo Guardião, o gênio superior”, “O Casamento
Alquimico”, fruto do qual a noiva está grávida – Neshamah, que corresponde com
Binah- e o pai – Chaiah, que se corresponde com Chokmah- se une a ela e ambos
são absorvidos por Iechidah – que se corresponde com Kether, a coroa.
Este e não outro, é o trabalho tradicionalmente realizado
no quadro clássico da Golden Dawn.
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