segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A Golden Dawn e a Purificação do Ego

Recentemente vi em alguns grupos na internet vários debates sobre a visão e o trabalho que a Golden Dawn se propõe realizar sobre o ego.

Ao perguntar o que fazemos com o nosso ego, é precisar esclarecer que existe duas posições que para efeitos práticos podemos chamar de tradição oriental mística, e a outra é da tradução mística ocidental esotérica.

Nas tradições místicas orientais, se concebe que nossos egos, nos atam a Maya – que é o mundo da ilusão – impedindo-nos de contemplar o mundo espiritual interno, que é a nossa única realidade. Nosso Eu superior, não pode então contemplar esta realidade espiritual por que é assassinada por nosso ego, que nos encadeia nesta ilusão do mundo físico. Assim, é necessário assassinar o nosso ego, para que nosso Ser Superior posso ver a realidade intima em nosso âmago do mundo espiritual.

Já na tradição esotérica ocidental em geral, e na Golden Dawn em particular (lembremos que a Ordem Hermética da Golden Dawn é em nossos tempos – e desde que viu a luz pela primeira vez – é a principal guardiã da tradição ocidental esotérica), não se pensa que o ego deva ser eliminado. Em vez disso, o que deve ser procurado é isolar os diferentes aspectos do self, separados, fomentando apenas os aspectos positivos que encontremos e aperfeiçoar aqueles que não correspondem ao nosso Eu Superior.

Israel Regardie, um importante expoente da tradição da Aurora Dourada, expressa essa ideia de uma forma muito simples e clara:

O objetivo que perseguimos no Ocidente não é liberar o nosso ego, mas aperfeiçoá-lo para estar em harmonia com o nosso Eu Supeior”
Desde o ponto de vista da Kabballah Hermética perpetuada pela Golden Dawn, e praticada em seu sistema, podemos explicar o exposto anteriormente nos seguintes termos:

A Nepshep – que corresponde com Malkuth (fornicária noturna, a virgem sem redenção)- deve desposar-se com a Ruach que é o filho do Pai de todos – se corresponde com Tiphareth (o noivo celestial)-, isto é, deve lograr-se a “conversação com o Sagrado Anjo Guardião, o gênio superior”, “O Casamento Alquimico”, fruto do qual a noiva está grávida – Neshamah, que corresponde com Binah- e o pai – Chaiah, que se corresponde com Chokmah- se une a ela e ambos são absorvidos por Iechidah – que se corresponde com Kether, a coroa.


Este e não outro, é o trabalho tradicionalmente realizado no quadro clássico da Golden Dawn.


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