quarta-feira, 4 de junho de 2014

Trabalhando com Sonhos: Exercícios de Memória [Parte I]

trabalhando com sonhos: exercicios de memoriaUm sonho não é uma história, nem um filme, nem um texto ou comédia teatral. Umeim sonho é um acontecimento no espaço, uma articulação do espaço.

Encontramos-nos num espaço que ao despertar chamamos de "sonho". Nele vivemos coisas das quais podemos falar como de uma história de sonho. 

Mas a história não é o próprio sonho. A história é uma trama tecida de espaço e tempo, dentro da qual nos encontramos. Durante o sonho acreditamos estar despertos, assim como acreditamos estar despertos quando de fato estamos. Eis por que é importante recordar os sonhos como estruturas espaciais, de modo que as nossas experiências no espaço do sonho possam ser recordadas adequadamente.

A memória existia antes que os computadores a medissem em kilobytes. Na antiguidade clássica, ela era vista como uma realidade espacial e por isso o amarzenamento dos dados a memorizar acontecia de modo espacial. Os oradores da Roma antiga aprendiam a desenvolver a memória movendo-se dentro de um palácio da memória, que era utilizado do seguinte modo. 

Podiam-se ver os oradores, vestidos com suas togas, caminhas através de um edifício vazio. Concentravam-se muito atentamente em cada espaço circundante, até conhecer cada ângulo. Depois de tê-lo fixado na memória, podia servir de armazém para as coisas a serem recordadas. Imaginemos agora que se deva recordar uma poesia com quinhentos versos. O primeiro verso é colocado sobre o primeiro degrau à direita, ali onde o mármore está um pouco amarelado. Sobre o terceiro degrau  direita colocamos o segundo verso, e sobre o pilar em cima das escadas (aquele com uma veia vermelha no mármore) colocamos o terceiro verso.

Assim, os elementos a serem memorizados podiam ser colocados de modo a coincidir com cada ponto específico do edifício. E, graças a um percurso imaginário, cada frase podia ser pescada novamente, na ordem desejada. A criação de um espaço imaginário favorece a lembrança espacial. E justamente o desenvolvimento da lembrança espacial é crucial no trabalho com os sonhos. 

Os seguinte exercícios foram elaborados a partir dessa antiga mnemotécnica, dessa arte da memória.

Exercício I - O movimento através do mundo do sonho

Olhe ao redor e observe onde você se encontra. Olhe ao redor e reconheça que você está desperto. Agora tenha consciência de que você pensa estar desperto também enquanto sonha. Reconheça que você acredita estar desperto, o que porém não significa que você não está sonhando. 

Após ter tomado consciência dessa percepção, continue o exercício do ponto de vista de que na realidade você está sonhando.

Você se encontra num mundo de sonho que o circunda inteiramente, como acontece a cada noite. É um mundo totalmente autêntico. Toque o pavimento: É sólido. Belisque um braço. Que sensação experimenta? Agora comece a mover-se no espaço. Continue a reconhecer que você se move no interior de um sonho noturno ordinário, enquanto, ao mesmo tempo, tem certeza de estar desperto. Observe intensamente cada objeto que o circunda.

Repita frequentemente esse exercício.

Exercício II - A lembrança dos objetos do sonho

Você sonha que está lendo algum livro, e que a leitura deste está muito interessante, é o seu livro favorito. Agora tome esse livro nas mãos e examine atentamente o aspecto dele. Depois faça-o girar lentamente, realizando um giro completo, LENTAMENTE; observe-o como um objeto de gira.

Feche os olhos.

Reveja agora o livro como objeto. Procure recordar como girava e como aparecia a partir de diversas angulações. 

Repita esse exercício com vários objetos diferentes.

Exercício III - A criação de um armazém para a memória

Encontre um espaço grande o suficiente para poder mover-se; por exemplo, um quarto com muitos objetos. Caminhe nesse quarto durante alguns momentos. Agora vá esculpindo cada ângulo na memória. Depois sente-se ou deite-se, feche os olhos e coloque cada detalhe diante de seu olho interno. Quanto mais vezes repetir isso, mais fácil se tornará. Alguns objetos podem ser recordados mais facilmente quando os tocamos com as mãos ou os cheiramos. Coordene ao máximo seus sentidos nesse exercício de memorização.

Como os oradores de outrora, agora você tem um armazém para memória.

Este post tem continuação

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