domingo, 19 de outubro de 2014

Metafisiologia do Olho Apaixonado


A vida resguarda em si, inúmeras surpresas; É neste sentido em que muitos, ditos filósofos, detentores do pensar, afirmam as multiplicidades. As multiplicidades do encontro, do saber, do olhar, e, sobretudo, do amor.

Das várias formas de amar, de se apaixonar. Das várias formas também de olhar o amor, os signos correspondentes desta multiplicidade/singularidade.

Meio a tantas multiplicidades, em que lugar fica as repetições? Eventos casuais, que aparentemente parecem que nunca mais hão de se repetir. Verdadeiramente impossível. Mas há casos especiais, há casos estritamente espirituais, que hão de acontecer sim, de forma semelhante.

É ai, neste sentido, que entrar o olho. Que certamente, num local diferente, momento, duração e memória diferente, olhará ele, pois então, por sua fisiologia complexa, de forma diferente.

Assusta-me o fato, de haver poucos escritos a respeito do olho. Parte elementar do sujeito humano, enquanto singularidade e coletividade. O olho é social, individual. O olho é dos fantasmas, das potências, do medo, da alegria, do pai, mãe, mas também de todo o mundo. O olho comporta também, atualidades, virtualidades. A forma de como o olho empreende a vida, está intimamente ligada aos músculos que a ligam, que o move. Extensividade e intensividade. Rigidez e flacidade.

O olho é um órgão bastante interessante, sem dúvida. É a nossa “parte” mais espiritualizada corpórea. É com o olho que se dá, se fabrica, engendra, reflete todos os estados do espírito. Os olhos são os espelhos da alma. Ele é intimamente movido pela multiplicidade. Com movimentos sempre de dentro para fora e fora-dentro. Dentro-do-fora, fora-do-dentro...

Os olhos tem um papel fundamental, também, no aprendizado. Não que seja engendrado ou funcione somente para isto, para esta faculdade. Como multiplicidade, os olhos são todas as faculdades possíveis, como já ditas, até das faculdades espirituais. Não pense que somos segregacionistas, ou hiperbóreos por dar esta supervalorização aos olhos, excluindo assim, deste texto, aqueles tidos como “cegos”. Não é somente destes olhos que estamos falando. Os olhos podem tomar posições, locais de afectos e afecções de formas múltiplas, apoiando sempre a diferença. Há o ditado: Enxergar com os ouvidos e ouvir com os olhos.

Desta forma também os olhos são os órgãos, potência, que mais se cansam do corpo. De todo o corpo. Pois a todo o momento, ele está a ver, perceber, olhar, decifrar, interpretar os hieróglifos, signos, que a todo o momento o violentam. Mas ele não o faz alvo de coitadismo por isso, o contrário.

Há, inclusive, um tipo específico de signos que arrebata os olhos, o contraria de forma tão acirrada que me sinto forçado a comentar algumas linhas, a respeito. São estes, os signos da paixão.

Comentarei, no entanto, um tipo específico, por conta da complexidade do tema. Um tipo especifico que acomete os olhos de forma que o contraria de todas as formas. As paixões induzidas por coincidências (repetições) espirituais (diferença).

Grosseiramente, no âmago das multiplicidades, muitas vezes relacionadas com o caos, pensar em repetição para muitos pode até mesmo ser um tanto quanto contraditório. Não é bem assim, digo. Há certas repetições que acontecem, por que são determinadas por alguma entidade superior. Coincidência.

O exemplo, de se encontrar com uma pessoa que lhe toma, arrebata aos olhos, arrebata todo o corpo, de forma tão complicada... O signo se enrola de tal maneira aos olhos, que é quase impossível dele se conter, quase impossível dele se soltar, relaxar.

Seus músculos ficam tão enrijecidos, apaixonadamente, que apesar do signo se enrolar de maneira tão complicada, tão amarrada, tão agressiva, a ponto de marcar a pele, aos olhos, ao espírito, a essência, que toda esta violência torna-se prazerosa. É neste sentido que somos todos masoquistas.

Neste momento, a dor é tão apavorante, e igualmente prazerosa, que pode um pequeno limiar podemos dizer que parcialmente nós arrebatamos no sentido mais puro da palavra, é possível sentir a quase-morte/arrebatação com o corpo frio, a a-subjetividade; A duração e o tempo dissipa-se. Por um curto período de tempo (metodicamente podemos dizer que alguns milésimos de segundos) não nos conhecemos, não reconhecemos gênero, raça, cor, nacionalidade...

Somente a vida a favor de sua diferença, a vida a favor dela mesmo, sua multiplicidade e suas misturas. Neste sentido podemos re-afirmar também o discurso que o pensamento só vem depois.

Ao voltar deste arrebatamento é que vamos engendrar o pensamento para decifrar toda esta violência a que fomos asujeitados.

Por estarmos perplexos, e a criação denotar um certo tempo, o signo por vezes pode escapar, estes costumam ser um pouco Trickster.

Porém, há ainda a re-afirmação de vida, que é necessária que surjam estas de dentro, interiormente, mas que podem sim ser produzidas a partir de um encontro. Num encontro potente. Estas re-afirmações de vida, seriam o que, comentado anteriormente, as coincidências espirituais. A repetição que traz consigo a sua diferença.

O reencontro com o signo, este signo Trickster, até então impossível devido à multiplicidade que comporta a macropolitica do qual ele está envolvido, todo o território, porém agora carregado de toda diferença, que trará assim imagens aos olhos, experiência, violências, complicações, inquietações, embriaguez completamente novas e distintas. Afirmando mais uma vez a vida e toda a sua mistura.

Exemplo, o primeiro encontro: Dante está num dia completamente distinto, pagando uma conta, num banco qualquer, longe de casa, nem perto de onde costuma andar, ou pagar suas contas. Encontra um moço na fila do banco. Sem contato pois Dante foi arrebatado.

Segundo encontro; Ao virar a noite, após uma noite cheia de problemas e pensamentos arredios, mergulhado num tédio sem fim; Dante, ao amanhecer, sai para caminhar, esfriar a cabeça, pelo bairro, sem destino, prometendo somente entrar por ruas antes, nunca entradas, somente para caminhar e fumar um bom cigarro de palha. No meio do caminho, ao finalmente se sentar e pegar o cigarro, por coincidência espiritual, acaba por encontrar o moço, o Trickster, novamente. Filho de Telekompensu, o caçador e pescador.



sábado, 27 de setembro de 2014

Do ficar em cima do muro, da inutilidade do caminho do meio




Não há nada mais prejudicial ao desejo do que "ficar em cima do muro". Não se colocar em posição alguma, não engendra máquina alguma, que não seja a máquina de ociosidade. Ao se colocar em determinada posição, o desejo engendra, criando rizomando-se, criando multiplicidades, pois há um objetivo, que não lhe falta, mas que lhe excede. Por exemplo, se as circunstâncias me afeta de tal forma, que circunstancialmente, por questões maquínicas de desejo, eu escolho/desejo ir até Roma. Eu criarei métodos, bruxarias, falcatruas para que eu deseje lá. Ao contrário, de quem fica no mundo, ficar no muro, é sinônimo de ideais ascéticos, é sinônimo que não querer por a "mão na merda", é sinônimo, de não desejar, e comer o que lhe servem a mesa. Não há nada mais reativo, que "ficar em cima do muro", pois até mesmo a dominação, parte do desejo. Como é o caso dos masoquistas. O ficar em cima do muro, é não se reconhecer com nada, nem ninguém, e na mesma proporção que eu não escolho ninguém, eu escolho a todos ao mesmo momento. Sujeitando-me aos desejos outros. Sujeitando-me o ao desejo dos outros, pois me ociosidade, impede-me me engendrar sozinha, a minha máquina desejante. E isso nada tem haver com lógica, nada tem haver com estrutura, ou nada tem haver com extremos, longe de mim os extremos, pois o desejo caminha por entre pedras, por debaixo delas, até mesmo. Como diz um grande jargão: "Não existe meio termo. O muro já tem dono”.

O QUE É, POIS A UNIVERSIDADE SENÃO A REPRODUÇÃO DE UM CONHECIMENTO CIENTIFICO? Notas e pensamentos soltos.

A educação é incansavelmente tema de pesquisa em nosso país, o fomento a essas pesquisas, também é enorme e a cada dia, surge mais e mais teorias a respeito, inúmeros autores, pesquisas, teorias para conceituar, isto também implica dizer, criar ferramentas, para o ensino-aprendizagem, relação que envolve aluno e professor, e claro, vários aspectos que rodeiam esses dois. Porém, a única coisa (curiosamente) que se mantém estática nesse âmbito de pesquisa em educação, é o objeto de estudo. A escola, o professor, o aluno e toda a rede que permuta esses envolvidos. E ai, eu voltado ao titulo, o que é a universidade senão a reprodução do conhecimento cientifico?

O conceito "universidade" se vangloria de seu tripé maravilhoso que é "pesquisa-extensão-ensino", pois elas atuam de forma completamente distintas, e tal como um tripé, seus pés são quase que emergencialmente separados um do outro. O ensino, por exemplo, separa-se, geralmente (e muito) da pesquisa e catastroficamente da extensão. Resumindo-se ao ensino, poucas palavras sobre "o que é comentado na área" em que a disciplina se propõe a discutir, "fulano falou isso e aquilo" e "faça essa provinha aqui". É completamente um absurdo, pois o aluno fica muito distanciado da aprendizagem. É como se para o universitário, o "ver assunto", fosse uma garantia de que ele está aprendendo (e ai dele se não aprender).

A partir disso, nascem complicações ainda maiores, que competem à metodologia de ensino de professor e apropriamento para "passar assunto". Não há lógica mais absurda que essa, a meu ver. As disciplinas (me arrepia só por conta desse nome) se estruturam em tese, em três ou quatro capítulos de algum livro, dois artigos e duzentos e tantos slides que o professor passa em sala de aula (do qual alguns alunos, tiram fotos, pois serve para aprendizagem, de forma também muito curiosa, pois desconheço esse método) e é a partir disso que o professor "reproduz o conhecimento". E é cobrado do aluno isso. Ao sair da "disciplina", é como se o aluno fosse "mestre" daqueles assuntos, porém em minha opinião, essa é uma afirmação muito duvidosa.

E esse texto não é uma tentativa de culpabilização dos professores, não mesmo, quero deixar claro que a culpa não é de ninguém, é esta lógica de aprendizagem que é completamente fajuta, e mais ainda como reagimos a ela. Os alunos, também, que é a "parte mais importante do processo", são outros tantos "desencabeçados". A verdade é que ninguém gosta de estudar, também pudera com um sistema desses, mas que esse argumento não seja uma desculpa para "não estudo por que tem esse, esse e esse problema". Das poucas tentativas de mudança que há neste meio, pouquíssimas são aproveitadas, pois os alunos, acostumados ao ócio que se dá em sala de aula, reagem muito pouco a essas "inovações".

Ai, um reacionário qualquer, pode pensar ou escrever "ah mais ele só sabe criticar, só vem com essas ideias pessimistas querer frustrar minha ideia romântica de educação", "ele não está escrevendo dentro das normas da ABNT", "não é cientifico", bla bla bla. Acredito que só é possível mudar o macro, a partir do micro, é necessário criar microrrevoluções, para quem sabe, mudar nem que seja um pouco a estrutura do macro. E não vejo maneira adequada, para manifestar uma microrrevolução, de "maneira etiquetada", quem faz isso, para mim, ainda está sobre forças reativas. O ressentimento, diz Nietzsche, é aquilo o qual não podemos nem digerir, tampouco vomitar, criando assim o remorso, o ruminar nietzscheano. Por isso sou a favor do vômito, do escarro, do cuspir, tudo aquilo que incomoda. Tudo aquilo, que faz calar, tudo aquilo que faz apodrecer, até mesmo a aprendizagem.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Dos perigos e caminhos encontrados pelo Ermitão-neófito na senda do conhecimento



"Me deparei com vários temas relacionados ao ocultismo, seja em algum vídeo, rede social ou e-mail, e fiquei bastante entusiasmado! E agora, por onde começar?"

Bom, é bastante comum no início nos depararmos com esta pergunta no inicio da caminhada, pois são tantos assuntos, tantas vertentes... e ainda sim, dentro destes assuntos e vertentes há uma infinidade de outros assuntos e vertentes. Objetivando então, ajudar o aspirante a neófito neste estudo, neste seu novo caminho e em suas práticas, tentaremos traçar aqui uma lista de diversos assuntos que são "essenciais", por assim dizer, para a fundamentação teórica e prática para todo e qualquer "aluno" de magia/ocultismo e afins.
Inicialmente consideramos importante esclarecer alguns conceitos para depois, delimitar a variedade de temas que o estudante poderá se deparará inúmeras vezes em seu caminho, o estudo sistemático deste incluindo sua teória e prática, se faz demasiado interessante. Um desses conceitos, é justamente o que nós estamos propondo falar: "Ocultismo". O que é? Você sabe?

Muitos dizem e afirmam ser estudiosos e pesquisadores de ocultimo, alguns mais ousados afirmam praticar ele, e há também quem converse a respeito sobre uma seita e/ou religião dentro do ocultismo. É bastante comum também vermos em blog's (sobretudo e infelizmente os mais visualizados e "badalados" da internet) referindo-se ao ocultimo qualquer coisa que seja "misteriosa", semelhante a lendas urbanas, ou até mesmo receitinhas de um livro e/ou crendice qualquer. Para citar exemplos: "Diga o nome TETRAGRAMMATON três vezes e serás protegidos pelos anjos do céu e os demônios da terra, blablabla". Eu lhes pergunto, será isto mesmo ocultismo? Eu acredito que não, para mim, isto nada mais é que uma expressão banalizada de um neófito, que seja por maldade ou ingenuidade deixou de lado o aspecto racional da questão.

É preocupante, pois estes ‘maldosos ou ingenuos’ tem-se somado de muitos que não poduram responder assertivamente a pergunta anterior, mas com uma boa intuição, e contando com sabedoria divina, já presente dentro de ti, saberá que isto não passa de "marmotagens" e como alguns dizem "esquizotérices" ou “exoterismo” (diferente é claro, do esoterismo). A formula básica deles é simples, e normalmente seguem um padrão (atente-se e anote num caderninho): misturar algum nome que chame atenção e/ou que possua alguma relevância com alguma coisa que seja fácil (por vezes até banal, como no exemplo do parágrafo anterior). É evidente que o nome TETRAGRAMMATON possui, digamos, que um certo "poder" (isto é, possui sua relevância) mas com toda certeza ele não irá lhe "proteger" de nada, sobretudo usando-o nesta forma tão ordinária.

Corrente isto, se faz ainda mais relevante o nosso post, onde uma vez estamos lançando uma luz, nesses caminhos tão nebulosos. Pois bem, o que é "Ocultismo"? Em suma, e para sermos direto, ocultimo é uma área de conhecimento que tem por objeto de estudo assuntos "ocultos" referente ao homem e os três ambitos de saber do conhecimento e senda esotérica: corpo, alma e mente. Sem querer levar para o âmbito da moral, e tampouco dizer que existe um ocultimo "bom" e "mal", diremos então que há os que estudam de fato os "assuntos ocultos" (isto é, tem um objeto de estudo delimitado e este se encontra ai, no mundo, nas pessoas, entre o visível e o invisível, entre o possível e o impossível) e há aqueles que "inventam" assuntos ocultos. A estes segundos muitos chamam de "esquisótéricos", como já mencionado. Bom, como já dito anteriormente, um bom aspirante neófito terá que contar inicialmente com sua intuição para saber discernir bem, com o tempo, o seu conhecimento adquirido irá se acoplar a sua intuição e lhe ajudará bastante neste processo.

Pode surgir alguma pergunta do tipo: “faz-se necessário, julgar estes ‘esquisotéricos’? faz-se necessáro dar esta ‘lição’ aos aspirantes?” Torno a responder com toda a severidade e certeza que sim! Pois, se o aspirante neófito no inicio da caminhada, se deparar com estas banalidades, e deixar-se ser mordido por estas cobras, será rapidamente setenciado a ficar preso em Malkuth, por um bom tempo, ou até mesmo, por um grande ciclo encarnações.

Mas não pense que é só isso, o caminho iniciátivo não é só separar o joio do trigo, há ai uma série de assuntos, vivências e experiências outras que haveram de vir posteriormente, mas isso cabe ao próprio, agora já neófito, achá-las e tratar de vivência-las.

Há porém, como já dito, muitissimos caminhos, muitissimas sendas, porém todas com o mesmo objetivo, auto-conhecimento e evolução espiritual. Vamos citar algumas sendas: A senda cabalistica, thelêmica, cristã, rosacruciana, luciferiana, satanista, budista, entre outras. Essa é normalmente, das mais citadas. Se valher o conselho, indico começar pela cabalistica a qual traduzimos e escrevemos uma série de artigos, se assim lhe for conveniente. Outra dica também, é esquecer sobre tudo o que já lhe disseram, e torna-se criança. Esquecer sobretudo, deste artigo, e de todos os artigos desse blog. É bem aconselhável inclusive nunca voltar aqui.

Ao tornar-se criança, poderá contruir sua prórpria senda, se assim lhe apraz. O que não convém, é tornar-se novamente vaca, sobretudo malhada.

Querer – ousar – saber – CALAR!

Pax et lux!


sábado, 2 de agosto de 2014

Evolução e Involução na Árvore da Vida


Existe um ciclo de involução e evolução que se aplica a todos os níveis do universo. No ciclo de involução se manifestam sucessivamente os 4 |níveis de manifestação| e vão descendo pela árvore, adquirindo assim qualidades cada vez mais diferenciadas e densas para chegar ao mundo físico tal como o conhecemos. O movimento de Evolução seria a mudança para retornar a fonte a partir de Malkuth, ascendendo por toda a árvore. Poderíamos dizer que a involução é submersa em um plano de manifestação: o mundo de Assiah, enquanto que evoluir seria domar este plano e transcender-lo. A grande metáfora evolutiva da Kabbalah é a ascensão da alma pela árvore da vida, contribuindo ao Tikun Olam , o plano espiritual de evolução do mundo.  Para ilustrar isto temos alguns elementos simbólicos a vezes representados na Árvore:


O Raio Relampejante que como uma espaga de fogo percorre em zigue-zague a árvore da vida até Malkuth. É o  "declínio do poder" ou movimento de involução, a manifestação da divindade do mais sútil ao mais denso, para chegar ao mundo material.


A Serpente de Nechushtan, faz o movimento inverso do raio, a evolução percorrendo desde Malkuth todos os caminhos da árvore até chegar a Kether. Esta serpente nos recorda a Kundalini Shakti buscando sua união cósmica com Shiva.

A serpente é um simbolo dual que podemos representar pela víbora e a cobra: A víbora representa o aspecto ignorante, nosso primitivo cérebro de réptil, nossa animalidade. A cobra por representar o contrário, tal como mostravam os egípcios em "Ureus", nosso impulso para elevar-nos e transcender, para evoluir. Inclusive, na iconografia cristã existe este aspecto dual da serpente em Anfisbena, a serpente de duas cabeças, uma das quais representa a Cristo e a outra Satanás. O Valor numérico desta relação, pela gematria, corrobora com esta relação. É muito importante ressaltar que, todo os objetos tem em si sua dualidade, normalmente etiquetados como "bom" e "mal". O aspecto de Satan como serpente tenta Eva a comer da Árvore do Conhecimento, porém ele não é mal por propor tal feitio, , mas por ignorar que antes deve-se comer do fruto da árvore da vida. Se pretendes evoluir - que é o que Nechushtan representa - antes de obter o conhecimento, que na árvore da vida se encontra na Sephira de Daat, é importante caminhar pelos outros caminhos, pois o perigo que corres é acabar no Abismo de Daat.

O Raio Relampejante entra desde Kether pelo carinho que corresponde a letra Shin, que precisamente significa "fogo e espírito". E percorre em zigue-zague até passar por todas as Sephirot até chegar a terra em Malktuh.

A direita vemos 3 tríades estruturais, limitadas pelas 3 vigas das árvore, os caminhos horizontais que unem as sephirot externas.


A tríade superior é chamada de tríade das raies e corresponde ao "mundo das emanações". (atziluth).


A tríade do meio é chamada de tríade da Ética e corresponde ao "mundo da criação" (Briah)

A tríade inferior é a tríade do templo da coragem, e corresponde ao "mundo da formação" (Assiah).

O mundo da "ação" se corresponde com a décima sephirot, Malktuh.

A evolução, ou retorno a origem, pode realizar-se por dois caminhos:

O caminho da iniciação, que é seguido pelos espirais da serpente ascendendo até Kether e passando por todas as Sephirot e caminhos da árvore. Este é o caminho do ocultista.

E o caminho da iluminação, também é chamado de Caminho da seta, que ascedente pelo pilar Central, desde Malktuh até Kether, passando por Yesod, tiphereth e Daath e os caminhos 21, 14 e 2. Este é o caminhos do místico e do mesmo modo que ascender uma montanha, é muito mais "difícil" que fazer o zigue-zague, este caminho é direto, porém requer uma fé e energia excepcional, e sobretudo, um grande equilíbrio, tal como representa o pilar central. No Yoga, representa a ascensão pela Kundalini pelo canal central: Sushuma.

Em qualquer dos casos, a ascensão implica atravessar algumas barreiras que marcam a 'fronteira' de um nível de manifestação a outro. Estas barreiras impedem a ascensão do indivíduo que não é evoluído a nível do próximo nível de manifestação. Veremos sobre estas barreiras mais adiante.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Os 3 pilares da Árvore da Vida


Há 3 pilares ou colunas na árvore da vida:

 - A columa direita, de cor branca, chamada de Misericórida.
 - A coluna esquerda, de cor negra, chamada de Rigo.
 - A coluna central, de cor cinza, chamada de Equilíbrio. 


Cada um destas colunas tem os atributos de suas principais esferas:

 - A coluna direita representa a energia e o espaço (Chokmah);
 - A coluna esquerda representa a matéria e o tempo (Binah);
 - A coluna central representa a consciência (Kether);

Naturalmente as colunas esquerdas e direitas equivalem as colunas "Jaquin" e "Boaz" do templo de Salomão. O aspirante a entrar no templo seria a coluna central, e se coloca entre as colunas ao entrar, no lugar central ou meio, aonde se produz o equilíbrio ou harmonização de toda a dualidade através da coluna vertical invisível. O balanceamento das foras Yin e Yang possibilitam o equilíbrio exato para ascender a unidade.

O Caduceu de Hermes ou Mercúrio, o vemos como energias contrárias ou um par de opostos, por assim dizer, que neste caso são representados por duas serpentes, que se unem por uma ação de um eixo central que as concilia, as ordena e as transcende. Mediante esta união dos contrários que esta dualidade é superada pela função polar do eixo mesmo, que transcende os opostos. 

Esta "trindade" podemos ver-las também em ouros sistemas. Por exemplo, no Yoga, seriam equivalentes aos três "Gunas": 

 - Rajas: energia, coluna direita.
 - Tamas: matéria, coluna esquerda.
 - Sattva: consciência, coluna central. 

Também existe um paralelo com os 3 nadis principais do corpo sútil: 

 - Ida: Aspecto feminino, coluna esquerda.
 - Pingala: Aspecto masculino, coluna direita.
 - Sushuma: Canal central por onde ascende a Kundalini: coluna central.

Os nadís se cruzam em cada Chakra, e como veremos mais adiante existe uma correspondência também, entre os chakras e as Sephirot.
O canal central, Sushuma, na árvore da vida se corresponde com o pilar central e é chamado de "a trilha da seta", que ascende direto desde Malkuth e Kether, passando por Yesod, Tipharet e Daath. É a trilha que falam todos os iniciados, das grandes tradições. 

Desde a física quântica, pôde-se estabelecer-se um interessante paralelismo: o fóton se comportam como uma onda, ou partícula segundo o observador: onda, energia, partícula, como matéria, e o observador representa naturalmente a testemunha: a consciência. Está aqui os 3 ingredientes básicos que formam o universo. 

domingo, 27 de julho de 2014

Os níveis de manifestação da Cabala


Na Cabala muito se fala que há 3 níveis de existência negativa: o não-manifesto, e 4 níveis de existência positiva: o manifesto. 

Os três níveis ou 'véus' da existência negativa, conhecidas como Ain אּיּן (Nada), Sof   סּוּףּ (Infinito ilimitado) Aur אלוּרּ(Luz). Este Ain Sof Aur סּוּףּ אלוּרּ אּיּן ou Luz Infinita que vem do nada, está além de nossa compreensão, e só a partir da primeira emanação do não-manifesto, que é a esfera de Kether, é que pode-se entrar em uma certa compreensão, mais intuitiva do que racional, uma vez que esta primeira Sephirot representa a unidade, um Ser Único e existe em si mesmo, comumente chamado de D'us, cujo nome em Kether é Ehyeh אּהּיּהּ.

O Evento ocorre quando a luz infinita de Ein Sof é contraída, afim de criar um espaço vazio no qual pode-se desenvolver assim, outros mundos. Esta contração é chama de Tzimtzum זּוּם זּוּם, e é a fonte de todos os níveis de manifestação. O Tzimtzum marca a passagem da realidade última, realidade está que é perfeita e infinita, em contraponto aos mundos manifestados que são limitados e imperfeitos, em que a luz infinita tem por garantia velar pelo maior grau de cada nível de manifestação. Uma impressão desta luz infinita, chamada de Reshimo permanece como um traço/presença no espaço de criação, assim como a santidade de um homem justo que irradia sua energia no lugar que permanece. Este Reshimo se projetará em Ein Sof através de Kav, o raio divino ou o Raio Relampejante. O espaço se preenche de luz infinita, dando lugar a um primeiro nível de existência conhecido como Adán Kadmón ou Homem Primordial, que será a raiz das dez sephirot. 

As etapas que se sucedem são pois, cinco:

1 - O não-manifestado: Ein Sof
2 - O Tzimtzum
3 - A formação do Reshimo
4 - A entrada do Kav
5 - A geração de Adam Kadmón, a alma da dez Sephirot.

As dez sephiras são recipiente ou vasilhas, Kelim, que acolhe, ou sede a luz de Kav em sua manifestação, começando desde Kether, a primeira Sephira, e terminando em Malkuth, a décima de última sephirot, agrupando-se em distintos níveis ou mundos, Olam. Parte desta dinâmica, explicamos no post anterior sobre cabala, na parte que introduzimos sobre a Escada de Jacó. 

Estes níveis de manifestação seriam:

- Aziluth, nível de emanação: Compreende a tríade das raízes ou "grande rosto", formado pelas Sephirot de Kether, Jokmah e Binah.

- Briah, nível de criação: Compreende a tríade do despertar: Jesed, Tiferet, Gevurah. 

- Yetzirah, nível de formação: Compreende a tríade do templo da alma: Netzaj, Yesod, Hod.

- Assiah, nível da ação: Compreende a esfera de Malkuth.


Atziluth: É o plano divino ou "mundo arquetípico" que dá lugar a manifestação representada pelas dez emanações ou sephirot, cada uma das quais representa um aspecto divino: Sabedoria (Chokmah), inteligência (Binah), Misericórdia (Chesed), Rigor (Geburah), Beleza (Tipharet), Eternidade (Netzach), esplendor (Hod), Fundamento (Yesod) e Reino (Malkuth). Aqui se encontra o reflexo do homem superior e divino: Adam Kadmon, o homem primordial. 

Briah: Neste plano é transpassado pelo abismo, e por tanto há produzido aqui, uma grande separação entre o Sujeito-a divindade-, e objeto-a criação. As esferas que a compõe encontram-se a cavalo entre o plano mental (Tipharet) e o plano espiritual (Chesed, Geburah). Se associa aos planos dos arcanjos.

Yetzirah: Este nível de formação se encontra mais próximo da matéria, entre o plano mentam e o plano astral. Compreende as esferas de Hod, Netzach e Yesod, mente concreta, emoções e personalidade, aspectos do desenvolvimento, em maior ou menor grau, por e para todos os seres humanos. Se associa ao planos dos anjos.

Assiah: O nível da ação, este é o mais denso, e corresponde a matéria tal como a conhecemos, sendo o homem em seu corpo físico e seu duplo etérico. Representa o plano físico, a terra, e sua sephirot é Malkuth.

Pode observar que as cores primárias da Triado do Despertar (rocho, azul e amarelo) se combinam para formas as secundárias da Tríade do Templo da Alma (verde, laranja e violeta). A esfera de Malkuth representa o último nível de manifestação: A terra, e sua divisão em 4 cores, que nos fala sobre os quatro elementos que constituem o mundo material. Terra, Água, Fogo e Ar.

Se levarmos em conta que no homem existe quatro planos: físico, emocional (astral), mental e espiritual, os níveis de manifestação compreendem com estes planos da seguinte maneira:

Asshiah - Plano Físico (natureza) e astral.
Yetzirah - Plano Astral e mental.
Briah - Plano mental e espiritual.
Atziluth - Plano espiritual e divindade (Adam Kadmon).

Como vimos antes na Escada de Jacó, cada nível de manifestação tem suas própria árvore. De cima para baixo estaria representado as árvore de Atziluth, Briah, Yetzirah e Assiah. 

Quando o homem completa toda a árvore de Assiah e chega a sua Kether, que é a esfera de Tipharet de Yetzirah, tem o domínio sobre todos os animais, plantas e outros elementos da terra. Porém se não prossegue sua evolução continuará confinado a este mundo de Assiah, de onde nascerá e morrerá nesta existência cíclica. A alma natural ou Nefesh se recicla em um processo que se conhece pelo nome de Gilgulim ou Rodas da Transmigração. Somente ao realizar todas as potencialidades de Nefesh surge a possibilidade de ascender ao seguinte nível, para isto e requer uma alma mais evoluída: a alma emocional-mental representada por Ruaj. Literalmente o homem vai afinando o seu veículo, isto é, aprimorando-o, para que possas ser possível a ascensão. E o mais importante sinal não é outro se não o desejo de fazer-lo, este impulso que descreve magistralmente Ken Wilber em seu "Projeto Atman". Enquanto não surge esse desejo de transcendência o homem continuará confinada a esta parcela ínfima de "realidade do mundo material" (realidade, vem do latim "res", coisa, objeto), e ao processo cíclico de morte e renascimento chamado Gilgulim, ou como é chamado no Budismo, Samsara.

O que é a Cabala?


A Cabala ou Qabbalah significa literalmente "recepção" e é conhecida como um sistema filosófico esotérico, de origem judaica, que compreende uma teosofia completa e uma série de ferramentas para a evolução harmônica do homem. 

Na diáspora, onde de encontra os assentamentos da cultura Judaica e em Languedoc - França, no século XII o Isaac el Ciego escreve alegadamente uma obra cabalística: "El Bahir". Da frança a Cabala passa a Espanha, onde se destacam figuras como Azriel de Gerona o ibn Gabirol. Em Sefarad, Espanha, é onde a Cabala alcança o seu esplendor, com uma obra do mesmo nome: "El Zohar" (O Livro do Esplendor), atribuído a Moisés de León. Contudo, sua verdadeira origem se remonta a tempos bíblicos, posto que a Cabala, como todo o saber esotérico, se transmita oralmente somente aos iniciados. 

O termo "recepção" indica que é um saber revelado diretamente por D'us, se diz que se deu por Abraão e Moisés. A partir daí vem outro termo que se conhece: Sabedoria Secreta (jokmáh nistaráh). Alguns cabalistas afirmam que a cabala é inerente ao homem desde Adão, um conhecimento interno que pode desvelar-se, isto é, acordar, por isso se diz que "A cabala não se estuda, se recorda". Como se fosse algo já inerente a nós, um conhecimento, noutros termos, arquetípico, instituído em nossa 'memória coletiva'. 

Utilizando as ferramentas da Cabala (Notarikón e Temurá), analisaremos seu significado: קּבּלּהּ 

Começa pela letra: קּ
Quof, que significa tanto "chave" como parte posterior da cabeça "boca de deus", lugar este que é dito que o por onde se recebe a iluminação.

לּבּ
Leb
Coração

הּבּלּ
Hevel
Respiração

לּהּבּ
Lahab
Chama

לּבּהּ
Labah
Entusiasmar

Uma possível composição com estas palavras seria: "A respiração prende a chama do coração com entusiamo". 

A Cabala se constitui por:

  •  Um corpo de conhecimentos teosófico e filosófico, que incluem uma interpretação hermética do Toráh, e outras obras propriamente cabalisticas como o Zohar e o Sefer Yetzirath. Para os cabalistas, a linguagem é criadora e o Toráh contem todas as chaves necessárias para a compreensão do cosmos e do homem. 

  •  Algumas ferramentas para a hermenêutica do significado oculto do Toráh. A linguagem hebraica, é considerada como 'pura' (a palavra e a coisa designada são os mesmos). É a linguagem sagrada do Ocidente, assim como o Sânscrito é para os Orientais. Estas ferramentas são: Guematria, Temurá e Notharikón. O uso de tais ferramentas se conhece como Cabala prática.
  • Um diagrama que descreve tanto o macrocosmos como o microcosmos: A Árvore Sefirótica ou Árvore da Vida, constituída por 10 esferas (Sefirot) e 22 caminhos que unem estas esferas, a cada uma das quais se corresponde com as 22 letras do alfabeto hebraico. D'us se serviu de letras para criar o universo através das suas emanações ou sefirot: ". Dez são os números, que são as Sephiroth, e as vinte e duas letras, elas são a fundação de todas as coisas". (Sefer Yetzirah)



O IDIOMA HEBRAICO


"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." João 1.1

Em Hebreu, o nome do objeto e o próprio objeto designado são uma coisa só, de fato, se utiliza uma mesma palavra: דּבֿרּ (dabar). É o "assunto" (podemos compreender este, como essência, noutras filosofias), com sua palavra criadora, quem dá lugar para objetos, tanto internos como externos. Tendo-se levado em conta que "coisa" ou "objeto" é aquilo que podemos dizer algo sobre, e aquilo que nós podemos nomear, o "assunto" (essência), chama-se Consciência ou D'us, não pode ser definido nem limitado, pois então seria simplesmente um objeto. Foi um pouco difícil para mim entender isso no inicio, mas se parar para pensar, re-ler, pesquisar, é fácil de ser compreendido, difícil é ter que explicar (risos). Só nós podemos "apontar" para isso, pois nenhuma palavra pode designá-la. Aqui vemos a correspondência com outros ensinamentos, como o Taoismo: "O Tao que pode nomear-se não é o verdadeiro Tao..." Em nosso contexto é um pouco difícil compreender isso, pois estamos acostumados a "ter que entender" as coisas logo de cara, nomear-las, dar significados (que normalmente estão revestidos de uma capa moral) e por isso nos afastamos cada vez mais da "coisa" e nos iludirmos com nossos "significados morais". 

O idioma Hebreu é de origem Semítica e és um dos mais antigos idiomas que se conhece. Se constitui por um alfabeto - é Alef beit - de 22 letras consoantes. Para dizer a pronunciação correta de uma palavra se faz necessário um conhecimento oculto e de grande poder. 

יהוה - De fato o "Shem" ou nome (YHVH), conhecido também como TATRAGRAMA, não pode ser pronunciado pois o modo correto de como fazer-lo é desconhecido. Os judeus utilizam o termino Adonais para referir-se a Deus.
Para poder pronunciar as palavras deuso como se inverteram os chamados "sinais massoréticos" ou então foram utilizadas determinadas letras (he, yod, vau) como vogais. 

O texto é escrito da direita para a esquerda, e cada palavra deve compor-se de almenos duas letras. Outra qualidade única do hebreu é que cada um das 22 letras tem um valor numérico especifico, por meio do qual pode ser calculado o valor numérico de qualquer palavra. Esta peculiaridade permite uma das técnicas hermenêuticas da Cabala: a Guematria. 

Por outro lado, cada uma das vinte e duas letras tem um significado próprio, o qual permite o desenrrolar de outra técnica, chamada Notarikón.



O alfabeto hebreu se conhece também como o "Alfabeto do fogo", por conta dos belos traços das letras e, talvez, por que a letra שּׂ corresponde ao 22º caminho da árvore da vida por onde entra o "Raio relampejante". Seu significado é precisamente "fogo e espirito" e sua forma recorda a uma chama tripla. 

As 22 letras se complementam 5 letras finais, que são uma variações de símbolos que correspondem a 5 determinadas letras quando se escrevem ao final de cada palavra.

Existem 3 letras mães, chamadas de 3 origens: 

אּ
ALEF
Elemento ar
מּ
MEM
Elemento água
שּׂ
SHIM
Elemento fogo


A letra Alef é a primeira do Alfabeto, a Shim é a última, e a Mem é a central, se levarmos em conta o alfabeto com 27 letras. 


A Árvore da Vida

A Árvore da vida, diagrama principal da Cabala, aparece mais como uma representação de toda a criação como descrito no Sefer Yetziráh (Livro da formação): "Dez são os números, que são as Sephiroth, e as vinte e duas letras, elas são a fundação de todas as coisas." Em Gênesis se indica que no Jardim do Éden existem duas árvores: A Árvore da Vida e a Árvore da Ciência do Bem e do Mal. Sabemos que o fruto do primeiro é a vida eterna, enquanto que a da segunda é a morte. A interpretação ortodoxa deste conhecimento mito nós já conhecemos. Porém podemos examinar-lo com outra visão: "Discriminar entre o mal e o bem é a origem de todo o pecado" (Ramana Maharsi)

Na árvore da vida há três esferas iniciais, uma tríade, que é conhecida como "Tríade das Raízes" ou "Grande rosto", por referir-se a divindade, e o resto da árvore chamado de "pequeno rosto". A primeira das esferas da tríade é formada pela esfera do conhecimento, que é uma esfera oculta, e as esferas 4 e 5: Misericórdia (Jesed) e Severidade (Guevuráh), também conhecida como Bem e Mal. A esfera do conhecimento: Daat, é realmente ma esfera oculta, a decima primeira esfera, chamada as vezes de "nenhuma esfera". O conhecimento do bem e do mal é o começo da dualidade e o fim da unidade, a expulsão do paraíso em definitivo, posto que não é possível nenhum oposto sem seu contrário. 

A árvore da vida pode ser vista como um caminho que a alma percorre para retornar de novo a sua origem. Este caminho de 32 elementos é o "Caminho do coração", posto que o coração: לּבּ leb, soma exatamente 32, que é também o número de vezes que se menciona a D'us em gênesis. E como vemos visto, as letras Lamed e Beth formam também a palavra kabballah. Em síntese, pode-se comparar com a Cabala uma escada que permite remontar os sucessivos níveis de manifestação para alcançar a causa suprema.


A Escada de Jacó

Eu disse: Mostra-me a escada que eu possa subir aos céus.
Ele disse: Tua cabeça é a escada, põe tua cabeça abaixo dos pés.
(Rumi)


A árvore da vida é também a Escada de Jacó, acredita-se, que conecta o céu com a terra. Cada nível de manifestação tem sua própria árvore, que se encadeia com a seguinte. A árvore de cada mundo cresce a partir da estrutura anterior, de tal maneira que o fluxo que conecta tudo o que existe, está presente em tudo que é manifestado. Tal é como se diz: "a cabeça no céu e os pés no chão", é requerido um certo trabalho para que a alma esteja conecta com todos os níveis. 

Existe 4 níveis de manifestação: o físico ou material, emocional, mental e espiritual. As distintas árvores que se correspondem a estes níveis se unem a partir de duas sefirot: kether e tiferet, de modo que o kether do nível físico é o tiferet do nível emocional, e o kether deste nível e o tiferetdo nível mental, e o kether deste nível é o tiferet do espiritual. Tiferet é sempre o centro da Árvore, enquanto kether é sua coroa. A estreita relação entre as duas esferas pode ilustrar-se com a frase de Jesus: "O Pai e eu somos um". 

Por outra parte, os "Anjos subindo e descendo por esta escada" representa o movimento continuo em ambas as direções, que podemos dizer ou chamar de involução, descendo as escadas, e evolução subindo elas. 

É interessante resenhar que a árvore sefirótica está "invertida", pois suas raízes se encontram no "céu", e suas ramas na terra. A última esfera ou sephirah é Malkuth, que representa o "fruto" da árvore, enquanto a primeira das esferas é kether, que seria a "fonte" que, funciona como uma 'bomba' que enche seu 'recipiente' (esfera) e uma vez enchida, se derrama para um terceiro recipiente, e por assim adiante. Este derramar-se constante da fonte nos recorda que a criação se sucede a cada instante.

sábado, 28 de junho de 2014

Como prever a morte física no tarot?

Prever uma morte com o Tarot é uma das coisas que mais assusta as pessoas, tantos os tarólogos quanto os consulentes, porém é importante saber como reconhecer, o que fazer, o que dizer, e o mais importante, o que não dizer.

Em primeiro lugar, o tarólogo nunca deve prever uma morte, a menos que esteja respaldado por duas ou três cartas a mais, e toda a extensão do jogo de algum modo parece apontar para isso que aparece, ou seja, quando não há saída. A continuação, o tarólogo terá que decidir se a pessoa tem capacidade para escutar a noticia, se ela realmente precisa escutar isso (sobretudo de de você, que está jogando), e se a pessoa "aguenta" a notícia. Em caso de dúvida, é melhor calar. Apesar de ser anti-ético, temos as nossas limitações, infelizmente.

Esclarecido isto, como tarólogo, evidentemente queres saber o que buscar, como ver, como perceber, como interpretar. Vou dizer aqui o que uso como indicações de uma possível morte. Outros cartomantes pode usar outros sistemas, talvez. Eu faço da minha maneira, que até hoje, tem me trazido "bons" resultados.

As cartas dos arcanos maiores geralmente associadas com a morte são, A morte, propriamente dita, o Sol (representa a morte súbita, repentina e uma possível cremação) e o Julgamento. Recordo que é de suma importância as cartas que acompanham estas. Por exemplo eu uso a Torre, neste exemplo.

Como pista, o cinco de espadas é o funeral e o enterro. Olhando por esta perspectiva, vê-se que as cartas estão exatamente ao lado dela.

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É de suma importância recordar, que esto pode ser simplesmente a assistência da pessoa em um funeral como um sinal de respeito, ou poderia ser a perdida de uma única pessoa a qual a pergunta se dirige.

A morte e/ou enfermidade grave se associam mais com os arcanos menores de espadas. Uma vez mais, devo dizer que não depende somente de uma única carta. Veja o Rei de Espadas, que representaria o cirurgião, o Dois de espadas significaria a enfermidade debilitante derrotando pouco a pouco o corpo físico. 

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Para um ataque cardiáco, deveria esperar ver o Sol com o três de espadas, significando um transtorno traumático, o suficiente para poder parar o coração. O oito de copas, indicaria muitas e frequentes mudanças com o coração, taquicardia, e o cavaleiro de copas uma importante mudança de coração, talvez trasplante.

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O Diabo e a torre poderia apontar um câncer. No entanto, a torre e o sol, neste caso, não indicaria a morte, porém o êxito do tratamento. A torre representa o planeta plutão, o qual eu relaciono com a quimioterapia, e o Sol o tratamento de radiação. Portanto, você deve ter cuidado! Desaconselho totalmente fazer qualquer tipo de diagnóstico, a menos que cada uma das fibras do corpo te digam que esta certo do que está dizendo (kkk). 

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O Nove de espadas geralmente sugere um acontecimento trágico como a morte de um ente querido, algo inevitável e que está fora de nosso controle. Poderia ser por causa de um acidente ou enfermidade. O Nove de espadas junto com a imperatriz e a morte, com frequência adverte a morte de uma mãe, um filho, um possível aborto espontâneo. (No entanto, é importante recordar que o nove de espadas pode também fazer referência de uma pessoa com preocupação compulsiva acerca de sua família). 

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Não tem limites se for parar para fazer as contas de quantas combinações possam existir. Tampouco deve-se restringir dos exemplos que tomei aqui, até por que, num outro contexto eles podem significar coisas completamente adversas. Usa a tua intuição! Pode buscar outras pistas com ela... Por exemplo, se em uma leitura aparece o Carro junto com o Louco e o Outro de Paus, poderia sugerir um louco ao volante conduzindo-o em uma alta velocidade, e que deveria sugerir o cuidado e o uso de cinto de segurança. Se tivesse alguém na família do consulente que fosse um pouco "estranha" ou atrapalhada, também sugeria extrema precaução e descanso.

Espero que este post seja de grande utilidade em vossa aprendizagem!