sábado, 27 de setembro de 2014

Do ficar em cima do muro, da inutilidade do caminho do meio




Não há nada mais prejudicial ao desejo do que "ficar em cima do muro". Não se colocar em posição alguma, não engendra máquina alguma, que não seja a máquina de ociosidade. Ao se colocar em determinada posição, o desejo engendra, criando rizomando-se, criando multiplicidades, pois há um objetivo, que não lhe falta, mas que lhe excede. Por exemplo, se as circunstâncias me afeta de tal forma, que circunstancialmente, por questões maquínicas de desejo, eu escolho/desejo ir até Roma. Eu criarei métodos, bruxarias, falcatruas para que eu deseje lá. Ao contrário, de quem fica no mundo, ficar no muro, é sinônimo de ideais ascéticos, é sinônimo que não querer por a "mão na merda", é sinônimo, de não desejar, e comer o que lhe servem a mesa. Não há nada mais reativo, que "ficar em cima do muro", pois até mesmo a dominação, parte do desejo. Como é o caso dos masoquistas. O ficar em cima do muro, é não se reconhecer com nada, nem ninguém, e na mesma proporção que eu não escolho ninguém, eu escolho a todos ao mesmo momento. Sujeitando-me aos desejos outros. Sujeitando-me o ao desejo dos outros, pois me ociosidade, impede-me me engendrar sozinha, a minha máquina desejante. E isso nada tem haver com lógica, nada tem haver com estrutura, ou nada tem haver com extremos, longe de mim os extremos, pois o desejo caminha por entre pedras, por debaixo delas, até mesmo. Como diz um grande jargão: "Não existe meio termo. O muro já tem dono”.

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