Em
Bronx, grande Nova Iorque em 1969, algo desperta. Vemos logo que o titulo do
filme é bastante sugestivo, no verão do referido ano manifestações dramáticas,
e acima de tudo, conscientes surgiu naquele ano, em pacientes pós-encefaliticos.
Anteriormente,
era normalmente chamadas de estátuas,
estátuas estas que eram submetidas a tratamentos animalescos, deixando a
vista a pouca ou nenhuma importância que os pacientes com doenças, sobretudo,
crônicas recebiam, tanto os pacientes como os próprios empregados do recinto,
até mesmo nos primeiros dez minutos de filme vemos grades por todo o hospital,
infelizmente não só por questões de segurança.
Dr.
Malcolm Sayer, representado no filme por Robin Williams, neurologista recém-formado
e com um gosto por pesquisa cientificas aparece neste contexto, despreparado,
sem esperar muita coisa, porém despertar algo em seus colegas de trabalho, mães
dos internados e posteriormente até mesmo nós próprios internados. Ao começar a
trabalhar efetivamente no hospital, Dr. Sayer se encontra com vários desses pacientes
em estado catatônicos e tentando assim procurar algumas similitudes entre eles.
Primeiramente surge a pergunta inicial “eles realmente estão completamente
catatônicos?” A primeira descoberta diz que não, por mais que ainda seja uma
simples hipótese: “A vontade da bola” ainda é algo exterior, e que eles reagem
a ela.
Em
meio a pesquisas, como de costume e bom grado do Dr. Sayer ele descobre uma
droga que está em estado experimental e que normalmente é usada para pessoas
com diagnóstico de Mal de Parkinson a L-DOPA, essa droga promete sensibilizar e
relaxar uma pessoa que tem Mal de Parkinson a fim de lhe dar uma vida mais “normal”.
O Mal de Parkinson é descrito como movimentos progressivos devida a uma
disfunção dos neurônios secretores de dopamina nos gânglios da base, a hipótese
do Dr. Sayer era justamente essa progressão ao extremo, causando assim, uma
paralisação do individuo.
Após
muita luta contra os “patronos”, leia-se, investidores e com o consentimento do
familiar (refiro-me ao Sr. Lowe), ele consegue enfim aplicar a droga no
paciente a espera de um possível resultado. A partir daí vemos um paradigma
ético, porém no que confere a psiquiatria é difícil imaginar um outro ramo da
atividade humana que suscite maior número de inquietações e dúvidas de ordem
ética. Isso ocorre decorre dada à própria natureza do objeto com que trabalha a
ciência psiquiátrica, ou seja, a mente humana e suas patologias. Nós como
dotados de razão conferimos uma “liberdade”, e o que fazemos com um outro, qual
consideramos “sem razão”? Há muito o que se discutir ainda a respeito do que
confere a competência ética da psiquiatria, no filme há a integridade do homem
e a possível cura e avanço da ciência. Kant desde muito tempo discutiu sobre a
integridade ética na ciência, ele dizia esta ser a ferramenta principal e imune
de exigências morais. Rodeada de termos
vagos e abstratos vemos que até mesmo para a própria medicina o termo “ética” é
considerado como algo genérico, e está dividida pela o que as pessoas acreditam
que seguem e o que “bom” e “ruim”. Não pretendo me estender mais.
O
filme acaba com mais um insucesso cientifico mas com forte calor no coração
tanto dos envolvidos como do espectador. Tais reflexões como esta, dada pelo
filme, torna-se pertinente para reconhecermos como é falha e pragmática a ética
médica, quando se refere a pesquisa em seres humanos, tal como a (dês)humanização
constante em hospitais psiquiátricos. Um lugar onde se propõe curar e estabilizar as doenças mentais
pratica-se a reprodução de uma violências constante e muda.
Olha só, simplesmente perfeito o seu texto, me ajudou muito. Obrigada
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